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Protestos no Brasil

Rio, 22 de junho de 2013               

Após duas semanas de protestos que começaram em São Paulo e se espalharam por todo país, os prefeitos Eduardo Paes e Fernando Haddad, assim como os governadores Sérgio Cabral e Geraldo Alckmin, na última quarta-feira, recuaram cancelando os ajustes nas passagens de ônibus, metrôs, trens e barcas.

Os manifestantes têm motivos diferentes, muito além dos R$0,20 que foram o estopim dos protestos: falta de investimentos em setores básicos, desrespeito aos direitos humanos, corrupção. Mas há uma tônica comum: a insatisfação geral com a situação atual do país e o descaso dos governantes com a população. Tanto Haddad quanto Paes declararam que, para reduzir as tarifas, terão de fazer alterações no orçamento, com possíveis cortes de investimento em Saúde, Educação e, como enfatizado pelo prefeito do Rio, na própria melhoria dos transportes coletivos.

Em três anos, o Brasil sediará os Jogos Paraolímpicos e, ainda assim, se deslocar pela cidade é um grande desafio para as pessoas com deficiência.“Vários ônibus passam a toda velocidade e me ignoram. Muitas vezes, tenho que chamar o fiscal para obrigar o ônibus a parar. Outros não estão adaptados. E quando finalmente um é adaptado, o mecanismo para levantar a cadeira de rodas não funciona”, relata Viviane, que mora em Copacabana, um dos bairros com o maior fluxo de pessoas(e de turistas) do Rio.

Os obstáculos são muitos, e estão contidos tanto nos próprios transportes públicos quanto na estrutura física da cidade: faltam calçadas e rampas adequadas, os semáforos não têm som, muitos elevadores do metrô estão quebrados, táxis que se recusam a transportar a pessoa com deficiência, despreparo dos funcionários. “É quase impossível andar de transporte público pelo Rio. A sensação é de que toda cidade está em greve para nos atender”, reclama o sociólogo João Carlos Farias que também é cadeirante.

“Acredito que a tendência das atuais manifestações, que começaram com um caráter descentralizado, é a segmentação de grupos em torno de um objetivo comum para que ocorram mudanças concretas no país. Nesse sentido, a pessoa com deficiência deve reconhecer seu potencial de mobilização e lutar pelos seus direitos. Não é apenas o transporte público e o deslocamento pela cidade, mas também é nos setores básicos, como Saúde e Educação, que somos esquecidos”, avalia João Carlos.

 

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